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22.Mai - Construir pontes
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Construir pontes

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Construir pontes, promover a unidade, a comunhão, a fraternidade, ser instrumento de paz. São várias palavras que expressam o desejo de aproximar pessoas, instituições e nações. A Palavra de Deus do sexto domingo da Páscoa aponta nesta direção e é nela que se fundamenta esta reflexão (Atos 15,1-2.22-29, Salmo 66, Apocalipse 21,10-14.22-23 e João 14,23-29).


            Quando Jesus inicia sua vida pública de pregação, visitando cidades, se encontrando com as multidões e individualmente com pessoas de todas as classes, situações sociais e existenciais, logo perceberam que ele era alguém diferente. Os seguidores concluem que “Deus visitou seu povo” (Lc 7,16). O evangelista Mateus registra: “Depois que Jesus concluiu essas palavras, as multidões ficaram maravilhadas com seu ensinamento. Com efeito, ele as ensinava como quem tem autoridade, não como os seus escribas” (Mt 7,28-29). O povo de Deus tinha dificuldade de perceber a proximidade divina na vida cotidiana, mesmo que tivesse na memória tantos feitos do ado. Em Jesus Cristo, Deus se aproxima da vida humana de tal forma assumindo a condição humana. Os seguidores de Jesus puderam usar os diversos sentidos do corpo para perceberem a sua presença de Deus. Tocaram nele, ouviram pessoalmente, partilharam alimentos, caminharam com ele.


            No Evangelho Jesus prepara os discípulos anunciando que esta forma humana de Deus estar presente no mundo está terminando. Isto não significa abandono, nem distanciamento e nem indiferença, mas o início de uma nova forma de proximidade. Como em toda a história, a relação sempre requer o envolvimento ativo de ambas as partes: Deus e os humanos. A primeira e fundamental condição da relação é o amor, pois ele “é o vínculo da perfeição” (Colossenses 3,14). O amor não é uma teoria, uma abstração da realidade, mas é feito de fatos. Diz Jesus. “Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e o meu Pai o amará, e nós viremos e faremos nele a nossa morada”.  Deus habita no fiel e o fiel em Deus. Cada fiel se torna um tabernáculo, uma tenda na qual Deus habita quando for acolhido. Quando existe amor entre as pessoas que moram numa mesma casa quantas coisas maravilhosas acontecem, pois todos os acontecimentos são compartilhados.


            Na leitura de Atos dos Apóstolos os discípulos experimentam um conflito muito sério no início da Igreja. Movidos pelos ensinamentos que tinham aprendido de Jesus, tinham que fazer o que ele fez, isto é, zelar pela unidade solucionando os conflitos. Sob a liderança de São Pedro, que tinha recebido de Jesus a tarefa de conduzir a Igreja em conjunto com os outros apóstolos, se reúnem, escutam o relato dos problemas, começam a fazer o discernimento a partir dos ensinamentos de Jesus e por fim, anunciam a decisão válida para toda Igreja. Esta prática foi denominada de Concílios Ecumênicos que se firmou na história da Igreja Católica. São convocados e conduzidos pelo Papa, sucessor de Pedro, com o objetivo de responder a grandes questões que afetam a missão recebida de anunciar o Evangelho a todas as criaturas e em todos os tempos. O objetivo sempre é renovar para manter a fidelidade a Deus e a unidade entre os fiéis. É construir pontes e unir onde surgiram rupturas pelas divergências e conflitos.


            Jesus reza: “Quando estava com eles, eu os guardava em teu nome, que me deste” (Jo 1712). Depois da Páscoa e da Ascensão de Jesus ao céu, a sua presença se faz de outra forma. Agora Deus guarda os seus pelo Espírito Santo. “Mas o Defensor, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos tenho dito”. Portanto, o Espírito Santo é a garantia que durante os ar dos anos todas as formas da proximidade de Deus com a humanidade continuarão. Como nos atesta a Igreja reunida em Jerusalém: “Porque decidimos, o Espírito Santo e nós”. Todas as ações e decisões da Igreja sempre terão estas marcas: a ação do Espírito Santo e a vontade humana do momento histórico.


            O itinerário histórico da Igreja está ancorado em Deus que tem trajetória e meta. É a Jerusalém celeste, a comunidade perfeita, almejada no livro do Apocalipse. É Espírito de Deus que já “habita” em nós e vai conduzindo neste mundo pela palavra para cidade celeste. “Não vi templo na cidade, pois o seu Templo é o próprio Senhor, o Deus todo-poderoso, e o Cordeiro”.



Fonte: Dom Rodolfo Luís Weber – Arcebispo de o Fundo

Dom Rodolfo Luís Weber

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O arcebispo metropolitano de o Fundo, dom Rodolfo Luís Weber, escreve semanalmente artigos de opinião sobre temas diversos e latentes em nossa sociedade. 2r2h1x

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