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Que a paz esteja convosco! (Leão XIV)
No quarto Domingo da Páscoa, o Domingo do Bom Pastor, somos agraciados com a presença do pontífice já eleito, o Papa Leão XIV. Ouvia de um colega, homem de profunda fé, que afirmava com fé convicta e grande satisfação: “vejam só que coisa bonita, vamos celebrar o Domingo do Bom Pastor já com o nosso papa eleito”. Ele tinha razão. Na quinta-feira à tarde assistimos a alegria do povo na Praça São Pedro, primeiro pela fumaça branca, depois pela aparição do Papa eleito, Leão XIV. A alegria deu lugar ao alento pelas palavras pronunciadas, as palavras de um pastor, as quais repito aqui: “A paz esteja com todos vocês, irmãos caríssimos. Esta é a primeira saudação de Cristo ressuscitado, o Bom Pastor que entregou a vida por Deus. E eu gostaria também que esta saudação de paz entrasse em nossos corações e em nossas famílias. Esta é a paz de Cristo ressuscitado, uma paz desarmada, uma paz desarmante, humilde e perseverante, que provém de Deus. Deus nos ama a todos incondicionalmente”.
O Papa Leão XIV se apresentou evocando a figura do Bom Pastor, a qual fazemos memória nesse domingo, iluminados pelo evangelho de João (Jo 10,27-30), uma das imagens mais significativas da Sagrada Escritura, que sustenta todo o cuidado da Igreja e suas lideranças para com o povo de Deus. É uma oferta carinhosa e misericordiosa da Igreja, mãe de todos os seus membros. Demanda daí o termo “pastoral”, consolidado como o ato de cuidar e proteger o rebanho do Senhor, o povo de Deus, sejam quais forem as condições. Ontem a tarde víamos na janela um pastor observando uma parcela do seu rebanho. Era o olhar de alguém que estava tomando consciência da responsabilidade que assumia, da confiança nele depositada pelos cardeais.
No texto joanino, refletido neste quarto domingo, Jesus se apresenta como o Bom Pastor. Afirma que as “ovelhas escutam a sua voz, eu as conheço e elas me seguem” (Jo 10,27). Elas seguem Jesus porque confiam na sua palavra e na sua proposta. É uma confiança libertadora e construída de forma processual, jamais opressora ou inibidora da liberdade. Elas sabem onde podem chegar seguindo os os do Nazareno. Jesus tem atitudes totalmente diferente dos falsos pastores que não fizeram o bem para o rebanho devido a ganância e exploração.
No que Jesus e as ovelhas fazem estão entrelaçadas duas atitudes, conhecimento e seguimento. O conhecimento vem de Jesus. É uma inciativa sua como alguém que sabe do que o rebanho necessita. O seguimento vem das ovelhas enquanto resposta de entrega plena a alguém que lhes inspira cuidado e, por isso, confiança. Entregam-se a Jesus por que confiam plenamente em Jesus. Possamos também confiar em nosso líder o Papa Leão XIV. Ele foi escolhido sob a inspiração do Espírito Santo para conduzir a Igreja de Cristo pelos próximos anos. Suas palavras e sua trajetória de vida inspiram grande confiança.
Jesus também define o a sua doação plena ao rebanho a Ele confiado: “ninguém vai arrancá-las de minha mão” (Jo 10,28). Ele defenderá o rebanho dos inimigos, dos lobos, assaltantes e ladrões, porque tem compromisso com o rebanho. O seu interesse primeiro é proteger o rebanho. Dará a vida pelo rebanho.
Por fim, Ele revela sua plena comunhão com o Pai na tarefa exercida. Tudo o que faz em benefício do rebanho, faz em comunhão com o Pai. Não é uma tarefa isolada. É desígnio divino. A missão de pastoreio exercida pelo Filho de Deus em benefício do seu povo tem mandado divino. Portanto, é ao Pai que Jesus presta contas do que faz.
Por inspiração do Pai misericordioso, neste domingo do Bom Pastor já temos Leão XIV como nosso Papa. E sua primeira manifestação feita na quinta teve como referência o Cristo Bom Pastor. Muito alvissareiro. Lembremos também que em seguida o papa mencionou com convicção o compromisso com Deus, aquele que ama a todos incondicionalmente.
Compreendamos que sua eleição foi desígnio divino para dar continuidade a bela obra iniciada por Francisco, seguindo a tradição da nossa Igreja, construindo pontes e em diálogo sinodal, como ele mesmo expressou.
Que Leão XIV o Bom Pastor sob a inspiração do Mestre de Nazaré e em continuidade a sua trajetória missionária desde o sim dado no início da missão presbiteral.
Fonte: Pe. Ari Antonio dos Reis - Coordenador de Pastoral